Não vou para o abismo
No verso da poética ambígua
A ambigüidade é uma constante
Só não consome a alma
Que na profundidade dos olhos
Há de supor que já não existe
Evaporou-se
Querem levar-me para o abismo
Mas para o abismo não vou
A utopia cega meus olhos?
Não se preocupe
Deixa-me ser um sonhador
Em busca do algo mais
De tudo que cerca e existe
É a circunstancia que não me deixa triste
Por enxergar que assim se supera
Os valores já não existem
A utopia cega meus olhos
Incapaz de nem um palmo de canção
Sem rima ou prosa
Só utopia...
Caminha como sombra
Refrigera o coração
Mas para o abismo
Não vou.
Ederson Rocha