segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A origem do caos

Nas metrópoles
Cada um
Olha para seu próprio umbigo

Nos subúrbios
Cada um opina
A atitude do vizinho

E, no entanto
Todos
Sem distinção
Habitam em seu mundinho

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Luz

embriago-me de poesia
e um não-sei-oque inebriante
traz na alma
no peito e o coração todo
instantes de vida ao redor

a ausência das flores parece uma rotina
mas o peito ainda suspira
e o amor é uma esperança

feliz de mim!
parece que as vezes
sei o que é amor
cenas de infância perdida no tempo
ao redor
acontecem com entusiasmo
colorindo um vazio na alma

é só uma luz a meio fio,
enquanto a vida realmente acontece...

Ederson Rocha

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Recorrência

se fossem só pensamentos
indicando a amplitude do ser
se fosse o ópio apenas
o que esconde a lucidez
e na surdina do cansaço
o peso da existência

acaso há flores no recôndito da alma?
o que enfim é a alma
que tanto fascina
no fundo de tudo
se torna algo que ninguém sabe...

talvez seja o Sol
brilhando ao contrário
num crepúsculo que atormenta

ver tudo sem sentido
a vida, o caos

ainda há tenha esperança
para alguns, do mundo o que se alegrar
sem questionar
inquirir
a única trajetória que resta neste horizonte

se fossem só pensamentos
ou um inútil poema
mas todo universo conspira
e a verdade permanece obscura...

Da compreensão precoce da vida...

O que vai tão cedo pra guerra
Pergunta-se no meio de tudo
Em quê vale os sonhos q ’ela enterra
Sempre preso em algo absoluto

Existência que transcende a circunstância,
Por que os valores se dissolvem?
Diluem-se em outras estâncias
E é quando os sonhos nascem

Mas são coisas tão absurdas
Revelar na vida os sentimentos humanos!
As pessoas anseiam, é grande a turba
Que não enxergam na vida o próprio engano...

Ederson Rocha