sábado, 27 de março de 2010

Fenda no tempo

Vejo o Outono surgir em janeiro
Tantas primaveras
De eras que eram tempo de afirmação
O ar de hoje em dia
Exala um cheiro estranho...

Tanta vida
Embutida dentro da vida
De asa partida
Não pode voar

Mas o tempo
Ainda é tempo de ida...

E essa tarde estranha
Guarda uma fenda
Que se possa enxergar
A entranha da tarde
Enigma do tempo
Maior que a contemplação
Ou o lamento,
Inquietação

Que com a brisa da tarde
Traz um silfo no ouvido

Aquela palavra perdida
Na noite dos séculos
Que se tenta em vão encontrar.


Ederson Rocha