quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Lucidez clara

I

busco ver
de onde escrevo
e não há lucidez...

há uma voz que  persegue

um lago distante
frio de águas escuras
intocadas

imaginar metáforas
perco-me
(atento)
a olhar dentro

distância de tudo

um passo firme,
tão silencioso
revela uma senda...



II

“Há metafísica bastante pensar em nada”
e a verdade
revelada
àqueles que na crua realidade experimentam-na
mas será que há harmonia
no fato de ser e estar
com a própria existência?

o grande dilema
o indagar a si mesmo
basta...


o silêncio é o pó da estrada
que na morada entrou

entre movimentos incoerentes
que acontecem fora,
e ainda não se leva em conta
esterilidade de um sentimento íntegro!

um lugar onde a vida não dá frutos
a clamar por alguma certeza, um grão
grão de pequenas certezas
meias verdades
das meias verdades as toma como “verdades absolutas”
o coração há muito está frio...

céu imenso
única certeza palpável
de que tudo é infinito.